O Teatro Universitário do Porto (TUP) pode estar em risco. A companhia de teatro amador, fundada em 1948, não tem sede própria desde dezembro do ano passado, quando deixou as instalações da travessa de Cedofeita, por manifesta falta de condições.
Desde então, os ensaios do TUP são realizados na praça Coronel Pacheco, nas instalações da Academia Contemporânea do Espectáculo (ACE). A questão é que a companhia ficou restringida pelo facto de a ACE, no fim de contas, continuar a ser uma escola: há aulas e as salas estão preenchidas até horas tardias.
Além disso, a ACE deixará por completo, em breve, a Coronel Pacheco e migrará para o Palácio do Bolhão. O TUP está, então, refém de um espaço. Caso não surja nada nos próximos meses, a companhia corre sérios riscos de acabar.
TUP continua a somar prémios
Apesar das dificuldades que o TUP tem vindo a enfrentar, os prémios continuam a surgir. No passado dia 16 de maio, a companhia venceu o Prémio de Melhor Espetáculo do Festival Anual de Teatro Académico de Lisboa (FATAL), com a peça “Celeste – Uma Assombração”, encenada por Gonçalo Amorim e Luís Araújo. O TUP, no entanto, recebeu críticas por ser considerado demasiado profissional para marcar presença no certame. Recentemente, o TUP viu-se confrontado com o reverso da medalha: vai participar no Festival Internacional de Teatro de Expressao Ibérica e agora as críticas visam o facto de a companhia ser…demasiado amadora.
“O TUP está em risco. Trabalhamos num horário muito particular e estamos, neste momento, numa escola que está a abandonar as instalações. Estamos, assim, em risco de ficar sem espaço”. Quem o diz é Raquel Sousa, presidente do TUP, que, questionada quanto à possibilidade da reunião de fundos, esclarece: “Os fundos que o TUP recebe são gastos em trabalho artístico: qualquer renda será demasiada. Se não há espaço de ensaio, não há funcionamento”.
A reitoria da Universidade do Porto (UP) é a responsável pelo novo espaço, mas, segundo Raquel Sousa, não existe, até agora, nenhuma luz ao fundo do túnel: “Ainda não nos foi apresentada nenhuma solução alternativa. A UP diz-nos que está a tentar resolver a situação, consciente dos problemas do local que ocupamos atualmente para ensaiar e do valor histórico e cultural do TUP. Mas, até agora, ainda não obtivemos nenhuma resposta, nem sequer foi apontado um sítio”.
O JPN tentou contactar a reitoria da UP, mas não obteve resposta.