A Federação Académica do Porto (FAP) endereçou, na terça-feira (16), uma carta ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, na qual apelou à necessidade de reforçar a ação social, melhorar o acesso a equipamentos tecnológicos e prevenir o abandono escolar.

Na carta enviada, a que o JPN teve acesso, a FAP afirma que as recomendações feitas, a 21 de janeiro, às instituições de Ensino Superior pelo Ministério que as tutela – por exemplo quando se refere a necessidade de garantir o “reforço adequado dos tempos de aprendizagem” dos estudantes – demonstra que as instituições “não se encontravam preparadas” para o cenário de ensino não presencial.

A presidente da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, refere que “o impacto na saúde mental dos estudantes pode afetar o seu sucesso académico, assim como a ausência de material informático e a ligação a internet de qualidade, e os constrangimentos habitacionais”.

Para evitar que “os erros identificados no ano letivo anterior” se repitam, a FAP pede para que sejam assegurados mecanismos extraordinários de regularização de dívidas por não pagamento de propinas no ano letivo 2020/2021, através da criação de um enquadramento legal para o efeito. Cada instituição de Ensino Superior deverá definir o modelo que melhor se adequa a esse propósito, pormenorizou a presidente da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, em declarações ao JPN.

Na missiva, é também recomendado o alargamento da atribuição de computadores portáteis aos estudantes Ensino Superior e o acesso à tarifa social da Internet aos estudantes bolseiros de ação social. As cantinas, bibliotecas e residências devem manter-se abertas, com reforço dos cuidados higiénicos e sanitários. As cantinas devem disponibilizar serviço de take-away e, as bibliotecas, bibliografia em repositório online, sugere também a FAP.

A FAP aconselha ainda a disponibilização de apoio educativo e tecnológico para os docentes, nomeadamente, serviços que estejam operacionais nas instituições de ensino, não só ao nível de ferramentas digitais, mas também na formação pedagógica dos docentes, de forma a assegurar boas práticas educativas, explicou a presidente da FAP, Ana Gabriela Cabilhas, ao JPN.

No documento enviado ao MCTES é indicada a necessidade de aumentar a capacidade de resposta nos serviços de apoio psicológico e o reforço do apoio a unidades curriculares com maiores taxas de reprovação, através de conteúdos e-learning.

“Em dois anos consecutivos, milhares de estudantes veem uma parte significativa do seu percurso formativo condicionada por um conjunto de fatores. Precisamos de uma maximização de esforços para garantir uma aprendizagem com qualidade, começando desde logo com mais inovação pedagógica”, conclui Ana Gabriela Cabilhas.

A Federação Académica do Porto representa mais de 70.000 estudantes da Academia do Porto.

Artigo editado por Filipa Silva