Primeiro semestre de 2023/2024 fechou com resultado líquido positivo de 35 milhões de euros. Capitais próprios ainda negativos dada a impossibilidade, frisam os dragões, de registar os 9,6 milhões de euros referentes ao apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Anunciada parceria para exploração da área comercial do estádio que renderá "60 a 70 milhões".

O administrador financeiro do FC Porto, Fernando Gomes, durante a apresentação de resultados. Foto: FC Porto

A SAD portista apresentou esta segunda-feira (19), no Estádio do Dragão, as contas relativas ao primeiro semestre do exercício 2023/2024, contas essas que apontam para um resultado líquido positivo de 35 milhões de euros até ao final de dezembro de 2023, invertendo o resultado negativo de dez milhões registado no período homólogo.

Os dragões referem, a propósito, que o resultado não inclui ainda os 9,6 milhões de euros que resultaram do apuramento do FC Porto para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

O clube aponta ainda para o aumento do ativo em 148 milhões de euros, dos proveitos operacionais em 5 milhões, para a redução dos custos em 6 milhões e do passivo em 20 milhões, ao que acrescenta a faturação de 39 milhões de euros com a cedência de passes de jogadores, como avançou o clube em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O administrador financeiro da SAD do FC Porto, Fernando Gomes, assumiu o “objetivo de atingir capitais próprios positivos ainda esta época” seguindo um caminho que terá beneficiado, no primeiro semestre, da “reavaliação do Estádio do Dragão em 278 milhões de euros”. “No final deste exercício teremos 50, 60 ou 70 milhões de capitais próprios positivos”, afirmou.

Os portistas conseguiram, assim, uma boa recuperação dos capitais próprios no primeiro semestre do exercício 2023/2024, mas o esforço foi insuficiente para os colocar em terrenos positivos. Nesta altura, o FC Porto apresenta capitais próprios negativos de 8,5 milhões de euros.

O FC Porto avançou, ainda, a propósito do anúncio destes resultados, que tem em “negociações” uma parceria com uma empresa internacional “que lida com os gigantes espanhóis Real Madrid e Barcelona”, um “parceiro que irá formar uma sociedade para a exploração da área comercial do estádio”.

“Cria-se uma nova empresa, 70% propriedade do FC Porto e 30% do parceiro, mediante o pagamento de uma importância entre os 60 e os 70 milhões de euros, que servirão para reforçar os capitais próprios”, explicou Fernando Gomes, que fez ainda referência de uma “pequena revolução nos camarotes”, que os dragões querem ver resultar numa melhoria das receitas comerciais.

O valor poderá ser suficiente para cobrir os capitais próprios negativos, sendo que o clube recuperou 167,5 milhões de euros, face aos 176 milhões de euros de capitais próprios negativos apresentados a 30 de junho do ano passado.

Fernando Gomes explicou também o negócio da venda de Otávio ao Al Nassr, da Arábia Saudita: “O Otávio foi vendido por 60 milhões de euros. As condições de pagamento eram 20 milhões na assinatura de contrato (foi cumprido), 20 milhões a pagar a 1 de julho 2024, e 20 milhões a pagar em 1 de julho de 2025. Precisávamos de antecipar os 40 milhões que faltavam para acorrer a despesas nesta época. Para nossa surpresa, essa operação foi tudo o que não esperávamos em termos de liquidez”, rematou o responsável financeiro.

Fernando Gomes negou ainda que o clube tivesse pago 30 milhões em juros para antecipar receitas televisivas. “Ainda temos um ano liberto do contrato de direitos televisivos”, declarou. “O FC Porto marcará presença no Mundial de Clubes e o prémio de participação será de 50 milhões de euros”, concluiu.

Pinto da Costa, na Tribuna VIP do Estádio do Dragão, onde foram apresentadas as contas Foto: FC Porto

Na apresentação da sua recandidatura, a 4 de fevereiro, o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, tinha referido que o clube se preparava para apresentar “dentro de uma ou duas semanas” um “saldo positivo em algumas dezenas de milhões de euros e os capitais próprios positivos”.

Esses valores ainda não se verificaram neste semestre, mas o líder dos dragões nota que “os capitais estão praticamente positivos” e que o clube já tem “a garantia de que dentro deste mandato ficarão positivos com a entrada dos 60 a 70 milhões de euros fruto do negócio que foi feito”, afirmou na sequência da apresentação dos resultados financeiros por Fernando Gomes.

Editado por Filipa Silva