O FC Porto empatou a uma bola com o Boavista no primeiro dérbi do ano. O jogo foi dominado pelos dragões, mas o resultado ditou a perda de pontos face aos principais adversários, pelo que, no final, houve assobios nas bancadas para os azuis e brancos.

Jogo disputado no Bessa deu em pontos repartidos entre as duas equipas. Foto: Boavista/Facebook

À 16.ª jornada, FC Porto e Boavista FC empataram esta sexta-feira (5) a um golo, num jogo marcado, no final, pela amostragem de muitos cartões e pelos assobios dos adeptos portistas presentes nas bancadas do Bessa.

Com a goleada do Sporting ao Estoril no jogo de abertura da ronda, terminado em cima do apito inicial do dérbi do Porto, a equipa de Sérgio Conceição voltou a marcar passo na perseguição ao líder, ficando agora a cinco pontos do lugar cimeiro da Liga.

O Estádio do Bessa encheu apenas pela metade (menos de 14 mil espectadores), e os adeptos do FC Porto pareceram em maioria. A bancada norte do estádio esteve pintada de azul e branco. 

Antes do apito inicial houve um minuto de silêncio em homenagem a José Mendes, presidente do SC Covilhã, que faleceu no final do dia desta sexta-feira.

Os dragões dominaram grande parte do jogo, tendo sido superiores na defesa e no ataque, e foram os primeiros a marcar. Embora tenha estado mais adormecido e concentrado na defesa, o Boavista atacou mais depois do golo sofrido, altura em que teve um maior número oportunidades.

Toni Martínez abriu o marcador a meio da primeira parte. O internacional espanhol concluiu o remate falhado de Evanilson e colocou os dragões em vantagem. Poucos minutos depois, os dragões perderam o controlo do xadrez e Bruno Lourenço igualou o marcador. Nos segundos 45 minutos, não houve mudanças no placar.

Entrada forte dos dragões

Os azuis e brancos entraram na partida pressionastes no ataque e sólidos na defesa, perante um Boavista FC pouco ágil que, ainda assim, teve algumas oportunidades de golo.

Foi o que aconteceu aos quatro minutos da partida, quando a equipa da casa teve a primeira oportunidade, mas Diogo Costa manteve a baliza bem defendida.

O FC Porto controlava o jogo, mas mostrava dificuldades em criar situações de golo. A primeira digna de nota surgiu aos 16 minutos, através de Toni Martínez, mas só seis minutos depois é que o espanhol conseguiu inaugurar o marcador.

A jogada desenvolveu-se pelo corredor central, com Eustáquio a desmarcar Pepê dentro da área. O número 11 do FC Porto cruzou para a boca da baliza e encontrou Evanilson, mas o avançado embrulhou-se com os defesas do Boavista e não conseguiu fazer a bola passar a linha de golo. Valeu Martínez a aparecer oportunamente ao segundo poste para fazer o primeiro golo do FC Porto.

Boavista na defensiva

A superioridade dos dragões não durou muito tempo. Embora os axadrezados tenham estado, predominantemente, na defensiva, aos 28 minutos, na sequência de um livre na zona central do terreno, a bola encontrou Bruno Lourenço sem marcação na grande área. O jogador cabeceou para a baliza de Diogo Costa e fez o golo do empate.

O Boavista acordou com o golo e, aos 33 minutos, Bozeník saltou mais alto que o opositor azul e branco no coração da área portista, mas o cabeceamento saiu ao lado. Três minutos depois, o avançado esteve outra vez perto do golo, com um remate de longe, da zona central, com Diogo Costa a defender para canto.

Já perto do intervalo, o FC Porto aproximou-se novamente da baliza axadrezada, com um remate de fora da área de Pêpe, com a bola a sair ao lado.

Ânimos exaltados e muitos cartões na segunda parte

Logo após o arranque da segunda metade, as duas equipas demonstraram mais rapidez.

Aos 55 minutos, os dragões voltaram a criar perigo com um cruzamento de Wendell pela esquerda e finalização de João Mário, mas o remate saiu por cima. Dez minutos depois, Pêpe isolou Evanilson, mas o brasileiro rematou ao lado. O lance foi invalidado por fora de jogo.

Aos 71, Nico González protagonizou mais um momento do jogo com um remate colocado que passou muito perto do poste dos axadrezados.

Sérgio Conceição foi o primeiro a mexer na equipa com uma dupla alteração. Aos 61 minutos, fez entrar Francisco Conceição, em substituição de Toni Martínez, autor do primeiro e único golo da noite para os dragões. E, logo a seguir, saiu André Franco e entrou Galeno.

No mesmo minuto, Ricardo Paiva também fez alterações. Saiu o autor do golo dos axadrezados, Bruno Lourenço, e entrou Luís Santos.

Já perto do fim do jogo, aos 88 minutos, instalou-se a confusão entre os jogadores no relvado. Pêpe sofreu uma falta perto da área axadrezada e antes da marcação do livre Ibrahima Camará, que tinha entrado há pouco no relvado. envolveu-se com Wendell primeiro e Galeno depois, e acabou expulso pelo árbitro da partida.

Manuel Oliveira usou ainda o vermelho em diversas ocasiões junto aos bancos das duas equipas. Primeiro para expulsar Rui Correia do banco do FC Porto e, mais tarde, o treinador-adjunto do Boavista, Jorge Couto, e Pedro Rufino, também do lado dos axadrezados.

Já dentro do período de compensação, que foi de 11 minutos, Danny Damaso ganhou a bola em zona de perigo e rematou à entrada da área. O lance, que poderia ter sido o xeque-mate da partida, não resultou em golo, com a bola a sair ligeiramente ao lado da baliza de João Gonçalves.

As duas equipas lutaram até que se ouvisse o último apito da partida, mas sem sucesso na concretização. Não houve mexidas no marcador e o FC Porto, que registou o terceiro jogo fora de casa sem vencer, saiu do campo debaixo de assobios da bancada e deixou, assim, o Sporting fugir e correu o risco de ser apanhado na terceira posição pelo Sp. Braga, mas os bracarenses terminaram o dérbi do Minho, este sábado, também com um empate.

Ricardo Paiva: “Um ponto muito importante para a equipa”

Na conferência de imprensa após o jogo, o técnico do Boavista FC, Ricardo Paiva, mostrou-se satisfeito com a forma como as panteras encararam o adversário: “era inevitável que me sentisse contente”, disse aos jornalistas. Questionado sobre as trocas no corredor direito do relvado, Ricardo Paiva garantiu que essa era uma das soluções que tinha equacionado para arrecadar o ponto, que pode vir a ser decisivo: “Um ponto muito importante para a equipa, que vive num momento de tumulto”, fazendo referência aos graves problemas financeiros que o clube enfrenta.

Sobre a sua estreia no Bessa, que surge depois da demissão de Petit em dezembro passado, o técnico português reiterou que o resultado proporcionou-lhe “uma sensação muito boa” e que se sente “muito feliz por estrear em casa contra um grande”.

Sérgio Conceição: “Uma equipa a defender com as armas que tinha e outra a tentar marcar golos”

O técnico do FC Porto mostrou-se desagradado perante o resultado obtido no primeiro jogo do ano, afirmando que foi “um jogo tipico do campeonato português”. Em resposta aos jornalistas sobre a estratégia utilizada, Conceição reitera que uma equipa esteve “a defender com as armas que tinha e a outra a tentar marcar golos”.

Quando questionado sobre a forma como o público azul e branco tratou a equipa no fim do jogo (com assobios e cânticos de descontentamento), o técnico considerou “absolutamente normal num clube” como o FC Porto.

A conferência foi breve e de respostas curtas por parte do treinador dos dragões que deixou claro o mais importante num jogo de futebol: “não sofrer e fazer golos”.

O FC Porto volta a jogar na terça-feira para disputar a sua permanência na Taça de Portugal: os dragões vão ao campo do Estoril Praia, num jogo a contar para os oitavos de final. No domingo (14), encontram em casa para o campeonato o SC Braga, que está a um ponto dos azuis e brancos. No mesmo dia, o Boavista desloca-se a Vizela para o encontro de fecho da primeira volta.

Editado por Filipa Silva